Sempre que sou abordada sobre questões do Processo Seletivo, a principal dúvida (tanto de candidatos como de selecionadores) é sobre a Dinâmica em Grupo. Para esclarecer sobre esse “bicho papão” que aterroriza 90% das pessoas envolvidas em uma Seleção de Pessoal, escrevi esse artigo.
Antes de falarmos de dicas, vamos alinhar o conceito. Às vezes, me parece que nem mesmo alguns selecionadores sabem ao certo, que a Dinâmica é uma ferramenta riquíssima na qual podemos antever como os candidatos se comportarão frente às situações que envolvem o dia a dia de nossa oportunidade de trabalho.
Afinal, é bom lembrarmos que comportamentos passados inferem comportamentos futuros.
Quem melhor que o ‘dono da vaga’ e o especialista em capital humano da Organização, para checar se o perfil comportamental do(s) candidato(s) se adequará ou não à realidade da empresa?
Outro ponto que quero alinhar é que a Dinâmica é somente mais uma etapa do processo, e, como tal, não é conveniente que uma decisão final se baseie somente nela. Muito bem, dito isso vamos às dicas.
Se você é CANDIDATO:
Dica 1 – procure ser o mais verdadeiro possível. Isto quer dizer que não vale ‘interpretar’ um personagem que você acredite ser mais próximo do perfil do empregador. Muito possivelmente, você sequer consiga manter sua identidade inventada até o fim do processo. Normalmente há mais de um observador nessa etapa. Portanto, mesmo que você consiga convencer um ou dois observadores, sempre haverá um olhar mais crítico.
Dica 2 – mantenha a calma. Pode parecer uma dica irreal, já que é óbvio que pode ser que você esteja muito nervoso no processo. Mas a dica é importante porque somente mantendo a calma é que você conseguirá mostrar suas melhores competências.
Dica 3 – não tem ‘receita’. Não há um comportamento certo ou errado, pois os avaliadores farão sua análise levando em considerando muitas variáveis, tais como, perfil do grupo, tarefa proposta, nervosismo, grau de exposição entre outras.
Dica 4 – não se intimide em comentar caso se sinta desconfortável com o desafio proposto. Infelizmente, até por despreparo, por vezes pode-se encontrar algum selecionador que confunde Dinâmica de Grupo com Bullying.
Lembre-se que o momento também serve para você checar se os valores do futuro empregador são compatíveis com os seus. Em não sendo, melhor descobrir logo de cara.
Se você é SELECIONADOR:
Dica 1 – essa etapa do processo é riquíssima, portanto, elabore com critério a dinâmica que será aplicada. Procure ‘cobrir’ todas as competências que você precisa analisar no(s) candidato(s).
Dica 2 – em todo o processo seletivo, mas em especial nas dinâmicas, atente-se para a principal competência que devemos observar: o respeito. Os candidatos se sentem muito mais expostos (e de fato estão) e consequentemente estarão mais inseguros. Sendo assim, evite situações de constrangimento e de exposição ao ridículo.
Dica 3 – você precisará de apoio para suas observações. Então o ideal será ter mais dois ou três colegas com roteiros específicos de observação. Vale inclusive, em minha opinião, incluir o solicitante da vaga ou mesmo alguns integrantes da equipe.
Dica 4 – ao final do processo, reúna-se imediatamente com a equipe avaliadora para que nenhum detalhe observado fique perdido na avaliação.
Um bom processo seletivo sempre deverá incluir, no mínimo quatro ou cinco etapas, para que todas as competências importantes ao trabalho do novo colaborador possam ser analisadas.
Faz sentido?
Até a próxima.