Quando o assunto é Gestão de Pessoas, a maior questão é sempre entender como fazer para criar meios de gerir indivíduos literalmente únicos? Há aproximadamente 7 bilhões de pessoas em todo o mundo que conhecemos e, até outro dia imaginávamos que, com 100% de certeza, não existam dois indivíduos iguais. Agora se fala em ao menos mais seis pessoas com os mesmos traços físicos que praticamente os tornam idênticos. No entanto, uma coisa é fato: os traços podem ser idênticos, mas as características de personalidade não serão.
Talvez você esteja rebatendo essa minha colocação dizendo que no caso de gêmeos isso não se aplica. Mas até mesmo nesse caso, essa é uma verdade absoluta. As pessoas reagem em função de seus recursos internos e esses recursos são formados através de diversos fatores. Alguns desses fatores podem até pertencer a dois ou mais indivíduos (como é o caso do fator genético), mas a reação frente a esses fatores, certamente, será SEMPRE diferente.
Há algum tempo surgiu a música “Milho aos Pombos”, composta por Zé Geraldo, compositor dos anos 70. Nessa sua composição, o autor dizia:
“Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos …”
Muito se questionou sobre o porquê o autor incluiu essa frase em sua música, e a melhor conclusão passava pela ‘alienação’ com a qual nos deparamos no dia a dia.
E com foco nessa alienação que quero conduzir essa nossa reflexão. Lamentavelmente vemos com tanta frequência a alienação das organizações que ignoram o que se passa fora dos “muros de sua marca”, o que os leva a agir e caminhar sem ‘saber das coisas’. Essas empresas acreditam estar realizando sua parte, mas não reconhecem o impacto que está acontecendo à sua volta e como isso poderá afetar no destino de sua empresa. Agindo assim, sequer se dão conta de que diminuem sua capacidade de evolução e progresso. Esquecem-se que lidam com seres únicos, com histórias únicas, quereres únicos, expectativas únicas, vidas únicas.
Muitos sequer se dão conta que ao elaborarem seus planos de ação precisam (obrigatoriamente, em minha opinião) se atentar sobre o capital humano que estará na condução desse planejamento. QUEM e não COMO fará muito mais diferença na condução de um negócio.
O mesmo se aplica aos indivíduos que saem para o “externo” buscando soluções para suas vidas. Quantos conhecemos que aguardam os 18 anos chegarem, a entrada na faculdade, a formatura, o governo, a crise, os filhos nascerem, as crianças crescerem, os netos chegarem, etc etc E o que essas pessoas não se apercebem, é que essa é a atitude mais alienada que se pode tomar, pois nada que possamos desejar, planejar e realizar pode estar apoiado no “EXTERNO”.
O pulo do gato é o olhar “para dentro”. Está resumido ao AUTOCONHECIMENTO.
As formações acadêmicas e treinamentos corporativos sugerem, muito sutilmente, que os alunos ou treinandos busquem essa forma de conduzir a vida, que busquem essa ferramenta. Mas quase em sua totalidade, tanto quando falamos de organizações acadêmicas como corporativas, não ensinam o que as pessoas devem fazer para obter essa “chave de ouro”. Faz como? Procura aonde? Busca o que?
Quando o indivíduo volta seu olhar para o que se passa em seu interior e entende que sua história de vida deve, sim, ser valorizada e honrada, quando ele começa a se ouvir na essência, entende o seu objetivo de vida com precisão, a solução do ‘enigma’ surge à sua frente como se fosse um processo mágico. E não estou aqui falando de processos terapêuticos não. Falo de ferramentas que estão disponíveis dentro das mais diversas esferas.
Há diversas ferramentas que podem ser utilizadas para esse fim. As empresas certamente procuram disponibilizar várias capacitações e treinamentos que, em seu cerne, tem esse intuito. Mas, em 90% dos casos esse é um trabalho que não tem o acompanhamento adequado, até, em algumas situações, pelo despreparo dos profissionais envolvidos.
Que tal começar a pensar em seu objetivo de vida? Por que não pensar em criar uma relação, uma listagem com suas FORÇAS, OPORTUNIDADES, FRAQUEZAS e AMEAÇAS? Essa é a conhecida Matriz F.O.F.A.
Faz sentido? Então, mãos à obra.
Boa semana e até a próxima!