ENGAJAR OU ENGANCHAR?

Começo o artigo dessa semana convidando-os a refletir sobre esses dois verbos: engajar e enganchar. No último mês recebi contato de dois Clientes da Consultoria solicitando trabalhos que versarão sobre esse tema. Em ambas as situações, meus Clientes pretendem criar mecanismos de engajamento com os colaboradores de suas Organizações.

Ao iniciar minha reflexão sobre como poderia contribuir com meus Clientes no sentido de conduzir treinamentos ou palestras de sensibilização sobre o tema, comecei como sempre: do começo.

A primeira coisa que fiz foi buscar o significado real dos termos. E, claro, para tanto, recorri ao dicionário, que é onde penso que tudo se esclarece. Lá encontrei que ENGAJAR significa um “verbo na língua portuguesa, referente ao ato de participar de modo voluntário para algum trabalho ou atividade”. Opa, VOLUNTÁRIO?

Mas encontrei outras formas de entendimento para a palavra: “o uso da palavra engajar é comum quando a participação é feita com o intuito de apoiar algum partido político, uma causa filantrópica e ideal, por exemplo: ‘Os jovens se engajaram no movimento estudantil’. ” Opa, FILANTRÓPICA?

E os achados sobre os significados da palavra não pararam por aí. Outra matéria dizia que “etimologicamente, o termo engajar se originou a partir do francês engager, que significa “dar em garantia”, “empenhar” ou “dar como caução”. O verbo engajar ainda pode ser utilizado no sentido de dedicação, ou seja, fazer algo com afinco e vontade. Exemplo: “A menina engajou-se em terminar os estudos”. Hummm, EMPENHAR!

Este termo também é bastante comum no âmbito militar, agindo como um sinônimo de alistamento, no sentido de se comprometer a seguir uma carreira prestando serviços militares, por exemplo. Hummm, COMPROMETER!

Já para a palavra ENGANCHAR encontrei como significados as seguintes colocações: prender com gancho; suspender ou sustentar com gancho, enlaçar-se, apanhar, prender, segurar. Nessas definições, me chamou a atenção as expressões que referiam uma situação de certa “dependência” como “sustentar”, “enlaçar”, “segurar”.

Definidos os termos, comecei a refletir como uma Organização poderá conduzir um processo de engajamento. Não seria esse um processo que deveria fazer parte empírica da relação empresa X empregado?

Muitas empresas desenvolvem como estratégias de retenção de talentos, diversas ferramentas que se propõem a “reter” (ou seria melhor dizer, deter) os profissionais que representam talentos indispensáveis ao desenvolvimento do negócio da organização. Entre essas estratégias, vemos, por exemplo, auxílio formação acadêmica, auxílio idioma, carros em comodato entre tantos outros recursos dos quais as empresas lançam mão para manter o capital humano fiel à organização.

Em vários desses casos, inclusive, a organização se vê obrigada a determinar regras de contrapartida pós utilização do benefício, tais como permanência na empresa por x tempo, após finalizada a formação acadêmica, ou o término da capacitação, sob pena de haver a necessidade de devolução o investimento realizado. Óbvio que esse é apenas um dos exemplos que evidenciamos por aí.

Nesse momento de minha reflexão comecei a imaginar que tudo poderia ser muito diferente. Se houver o tal engajamento, não haveria a obrigatoriedade de se colocar regras ou estratégias de atração. Se queremos que o colaborador “abrace a causa” da empresa de maneira voluntária e comprometida, porque utilizar-se de ferramentas que farão com que eles se enganchem na empresa, utilizando-as como verdadeiros apoios de sustentação enquanto lhes convier?

Perfeito, até aqui, tudo faz algum sentido. Então que tal conduzirmos tal processo de engajamento de forma diferente, alinhando os valores e expectativas de ambos os lados? A mim parece muito mais factível atuarmos na busca de profissionais que se identifiquem com os valores da empresa. E quanto maior for essa “aderência” de valores, mais engajamento estará presente na organização.

O assunto é extenso e, certamente, falaremos mais sobre ele. Por enquanto, te convido a refletir: e você? Está engajado ou enganchado na sua empresa?

Até a próxima!

 

 

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