O tema não poderia ser mais atual e nessa semana quero compartilhar minha reflexão sobre uma questão, a meu ver, bastante inusitada e atípica. Durante esses primeiros meses fui convidada quatro vezes para ministrar palestras sobre ‘Ética e Motivação no Trabalho’.
Ao primeiro convite não estranhei muito, visto que aconteceu no início do ano onde os humores normalmente ficam alterados. Mas quando essa demanda subiu para quatro convites praticamente seguidos e vindos de empresas de segmentos completamente diferentes, comecei a me questionar o motivo de tais intervenções.
Por que meus colegas de Recursos Humanos identificaram essas necessidades em seu Capital Humano? O que deflagra uma queda de motivação e o comportamento de ausência de ética? Surpreende o fato de que metade dos pedidos unia os dois temas: ética e motivação.
Comecei a elaborar as palestras buscando o conceito, para que se alinhassem os conhecimentos. Quando buscamos a conceituação dos termos, encontramos que:
- Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do grego e significa aquilo que pertence ao caráter.
- Motivação é um impulso que faz com que as pessoas ajam para atingir seus objetivos. A motivação envolve fenômenos emocionais, biológicos e sociais e é um processo responsável por iniciar, direcionar e manter comportamentos relacionados com o cumprimento desses objetivos.
Notem que as expressões atreladas aos dois termos inferem questões do caráter e fenômenos emocionais, biológicos e sociais. Como discorrer sobre essas questões que, na verdade, são inerentes ao ser humano e deveriam estar internalizados por todos desde a infância?
Para mim fica muito claro racionalizar que tais necessidades e posturas devem ser estruturadas no âmbito familiar. Mas, se essa é uma verdade, pergunto: cabe aos profissionais de RH repassar conceitos de cunho tão “familiar” ao seu capital humano?
Vou mais longe, será que é nosso papel ensinar as quatro palavrinhas mágicas (por favor, com licença, lamento, obrigado)? Não seria o caso de captarmos pessoas no mercado de trabalho já com esses conceitos arraigados?
Surpreendentemente, ao observar mais ao meu redor, vi que tais conceitos não fazem mesmo parte das rotinas domiciliares. Fiz observações nos campos mais diversos: de séries de televisão (nacionais e internacionais) que orientam pais desesperados com filhos de todas as idades que cospem, xingam, batem, se jogam no chão, não seguem regras sob nenhuma hipótese, até posturas inadequadas de alunos e profissionais em todo tipo de instituição educacional e empresas.
Lamentavelmente vi que meus colegas têm realmente razão de solicitar capacitação de seu capital humano para essas competências. Depois de toda essa breve reflexão realmente vale a pena ficar atento às “quatro palavrinhas mágicas”.
Faz sentido? Boa semana e até a próxima!