Sempre que entro em uma sala de aula ou de treinamento, me deparo com vários pares de olhos ansiando pelo processo de mudança. Em muitos casos, nem as próprias pessoas sabem, na realidade, o que vieram buscar naquela atividade de descoberta de novos conhecimentos.
Na verdade, penso que a simples expressão “novos” é o gatilho disparador de ansiedade para muitas pessoas. O que esperar do novo? Novos conhecimentos, novos amigos, novas relações interpessoais, novas formas de enxergar a vida. Novo … Novo … Novo …
Alguns pensadores diriam para responder a essa colocação: ficam ansiosos porque sairão de sua “zona de conforto”. Sair da zona de conforto…
Fico imaginando se realmente precisamos sair da tal zona de conforto para descobrir o novo. Não seria mais agradável descobrir ou participar do novo, NA ZONA DE CONFORTO?
Quando levei essa discussão à um grupo de alunos, eles me disseram que haviam entendido, em falas de outros treinadores, que o novo só está disponível para quem tem disponibilidade para SAIR DA TAL ZONA DE CONFORTO.
Imediatamente tentei criar um paralelo com o que acredito e expus à classe. No meu modo de entender, a zona de conforto é o LOCAL IDEAL para a mudança. Questionei aos meus ansiosos alunos se ao invés de se referirem à ZONA DE CONFORTO, eles não estariam se referindo à ZONA DE ACOMODAÇÃO.
Essa sim, no meu entendimento, gera a elevação do nível de ansiedade (muitas vezes a padrões patológicos) dificultando o investimento nas competências que podem levar o indivíduo ao NOVO.
Explico: para mim a acomodação gera a dificuldade da busca de situações que possam levar o indivíduo à conquista de outros patamares. É ela também, no meu entendimento, que “anestesia” os sentidos, não permitindo a busca por novos conhecimentos, novas amizades, enfim, o NOVO.
Em 1998, há longos dezoito anos atrás, o Dr. Spencer Johnson escreveu um ícone quando o assunto é MUDANÇA: “Quem mexeu no meu queijo”. Nesse livro de leitura agradável e rápida, o Dr. Spencer nos traz uma metáfora relatando a vivência de dois ratinhos e dois homenzinhos que convivem em um labirinto onde encontram queijos de seu gosto. A saga do quarteto se complica quando acaba o estoque no local aonde eles estavam certos de sempre encontrar seus queijos. Com essa situação os quatro tem reações diversas. Os ratinhos rapidamente saem em busca de novas oportunidades para conseguir o queijo. Já os homenzinhos levam preciosos dias esperando que a situação antiga volte, ou seja que os queijos sejam novamente disponibilizados na fartura de antes.
Vale a leitura e o aprendizado que o Dr. Spencer nos transmite nessa obra agradável. Vale também a reflexão sobre o quanto aguardamos pelas mudanças sem nosso investimento em mudar, saindo da zona de acomodação para buscar o processo. O quanto precisamos entender que sair da zona de acomodação pode nos mostrar “novos estoques de queijos” muito mais saborosos?
Faz sentido?
Boa semana e até a próxima.
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